quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Poesia do cotidiano


Passei uns dias gostosos zanzando por Águas Claras. É que não trabalhei de segunda a quarta e pude aproveitar. Dormi bastante, fiz academia, resolvi algumas questões (não fui ao trabalho, mas isso não significa que o trabalho não tenha vindo a mim), li bastante (estou VIDRADA pelas Crônicas de Gelo e de Fogo. Estou no volume I, devorando tresloucadamente a obra), namorei um bocado,  fiz supermercado e cozinhei.

Sobretudo, percebi que a vida pode ser bem mais descomplicada do que eu penso. 

Delícias do (não tão) ócio (assim) à parte,  a foto acima foi tirada hoje, na hora do almoço, num muro aqui da cidade. Pedi para o Paixão tirar, que achei que tem tudo a ver com o tipo de atitude que quero adotar pela vida afora: ousadia, coragem, "atrevimento".

Quando tiramos a foto, uns caras que estavam fofocando, digo, trocando ideias diante de um prédio, ficaram super mobilizados, tanto que um deles correu para conferir e gritou para os outros o que estava escrito no muro. Depois, um outro comentou com a gente "pelo menos, esses picharam uma coisa boa, né?".

Às vezes, a poesia está diante dos nossos olhos. Basta ter olhos de ver.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pizzaria do Rubinho

Existem sinais que demonstram se você é ou não um experiente morador  de uma cidade, e esses sinais têm muito a ver com conhecer os lugares certos  - e evitar as roubadas.
No quesito “lugares certos em Águas Claras”, vou dar uma dica, que sou um ser humano bom, amigo e legal: visitem a Pizzaria do Rubinho. Esse é um espaço meio “só para os íntimos”, escondido na Quadra 301. Para achar, demos voltas e mais voltas, fora que nossa primeira incursão foi na segunda (dia de pizzaria fechada, é bom já avisar aos incautos), e só enxergamos, por entre as árvores do fundo da pizzaria (a gente não sabia que eram os fundos, né?),  uns caras lá dentro, de bermudão, olhando pra fora, assustados, tentando imaginar “que é que esse carro tá fazendo estacionando aqui? Boa coisa não deve ser e somos machos-alfa cautelosos, que vêem perigo em todo lugar, e isso está muito estranho”.
Enfim, bem dizia meu pai que o que é bom não vem de graça, e a gente tem que lutar e se esforçar (ah, as delícias de uma criação cristã...), de forma que voltamos na terça e recomendo bastante, especialmente o bife à parmegiana, que foi o que experimentamos, já por indicação de uma outra pessoa. A porção é generosa (papo de esfomeada, né?). A comida, muito gostosa. O preço, super justo.

Ah, e não, eu não estou ganhando nada por essa babação de ovo toda.
 

No metrô II

Noutro dia, sentei-me num dos indefectíveis bancos azuis, preferenciais para idosos, gestantes e deficientes. É claro que Murphy também viaja de metrô e, já na estação seguinte, uma senhora entrou e me levantei, que sou fina, jovem e fofa.  
Talvez por toda essa minha gostosura, ela me adotou. Assim que me instalei ao lado, ofereceu-se para carregar minha bolsa. Agradeci muito, pois só quem carrega uma bolsa feminina pode entender o que significa ter nos ombros  o peso do mundo inteiro. 
Numa das estações, uma outra moça se levantou e eu já fiquei de olho na vaga, mas a velhinha, nossa, ela tinha MESMO me adotado e ficou falando, quase aos gritos:
-Ali, pega ali, tem um banco vago, senta ali.
Acontece que o trem estava freando e eu, entre pegar o banco e me esborrachar, ou esperar o freio e perder a vaga, preferi a segunda opção que, obviamente, foi a que ocorreu (Murphy viaja conosco, certo?). Além da sensação deliciosa de ter sido passada para trás (a luta pra ir sentado num lugar desses é praticamente uma seleção das espécies), ainda tive que enfrentar os olhos reprovadores da senhora, que quase berra um “sua lerda, era pra correr logo!!!”, mas que também era fina e só disse, frustrada:
- Viu? Você demorou e ela sentou no “seu” lugar!!
Por sorte, um outro banco também tinha ficado vazio, e eu e a velhinha, minha mãe adotiva do metrô,  pudemos seguir viagem, sentadinhas e aliviadas.

No metrô

Tenho andado muito de metrô e, talvez vocês me achem louca, mas aprecio de verdade a experiência. Sei que provavelmente isso ocorre porque sempre utilizo esse meio de transporte em horários alternativos, sem grande movimento, e tenho a alternativa de usar um carro. Enfim, é inevitável reconhecer que meu olhar é classe média, mas também é inegável que esse mesmo olhar brilha, diante dos tipos e figuras impagáveis,  que parecem emergir do túnel.   
Num dia desses, por exemplo, conheci o Sr. Waldimiro, morador de Águas. Ele puxou papo, enquanto esperávamos o trem, e eu o achei fascinante. Conversamos sobre consciência negra, Milton Santos,  cidadania em Águas Claras... Descobri, inclusive, que ele tem um blog super badalado, O Negro no Brasil 1980, que eu já deixo devidamente recomendado.
No mesmo dia, um grupo de estudantes, todos com sua Canon no pescoço e jeans iguais e tênis iguais e uns 20 anos de idade, entraram no vagão onde eu estava. Penso que eles estavam fazendo algum tipo de exercício de fotografia e os achei, por si mesmos, absolutamente fotografáveis, na beleza da juventude interessada (e interessante)

Terra Nostra

No domingo, voltando pra casa, avistamos Águas Claras de longe (EPTG? Saída pelo Joquei?) e o motorista comentou:
- Olha lá a nossa terra. Nunca fui tão feliz quanto ali.
Tive que concordar. Afinal, estava olhando para o perfil dos prédios com os mesmos olhos amorosos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Beira-Poeira

À noite, estreei a Região Beira-Mar, digo, Beira-Poeira de Águas Claras. Para quem não conhece, refiro-me àqueles barzinhos todos que se enfileiram atrás do Pirata’s e do Poizé, na maior vibe praiana – sem a praia, evidentemente.  
Mas praia é um detalhe, pois não?
Fizemos um tour por ali. No primeiro bar onde atracamos (acho que é Adega da Cachaça ou algo parecido), a cerveja estava gelada, a comidinha bacana,   mas as cadeiras... cristorredentor, o que são aquelas máquinas de tortura?
Deslocamos o navio (para manter as metáforas marítimas, certo?) para o bar do lado, um que se chama Sport-alguma-coisa. Nossa, que diferença, as cadeiras! Nunca pensei que o lugar onde instalamos o traseiro pudesse ser tão determinante na felicidade-do-beber, mas, acreditem, do nada comecei a achar tudo melhor, mesmo depois de perceber que o Sport-alguma-coisa era tipo um grande buraco negro dos cardápios: a senhora quer um caldo? Tem coentro. Quer uma Original? Não trabalhamos. Quer uma linguicinha apimentada? Está em falta. Quer o garçom? Tá ocupado.
Nem mesmo os bares são perfeitos.
(Bares imperfeitos à parte, foi uma noite super gostosinha, o que só prova o valor de uma boa companhia.)

Campanha "diga não ao coentro"

No restaurante, só não passei melhor porque detesto coentro e, em  lugares novos, sempre fico bem boladinha e coloco bem pouco, esperando encontrar o famigerado no feijão, no arroz, no macarrão ou em todos os outros pratos em que as pessoas dessa terra brasiliense enfiam a ervinha-do-cão, “pra dar mais sabor” (no peixe, eu já não suporto, imaginem na feijoada? Blergh!!!).
 Da próxima vez, vou me acabar de verdade, pois, no tal Fogão Goiano, eles não usam coentro (viva!),  a comida é super gostosa e o preço, honesto.
Recomendo.

Jabuticaba na beira da estrada

Tive um fim-de-semana cheio de explorações no território encantado das Águas Claras. No sábado, fomos almoçar num tal de Fogão Goiano, que fica no Guará.
Pra começar, amei o passeio de carro. Adoro ir de carona, vendo o movimento, sem o menor estresse. Desconfio que, na verdade, sou um poodle disfarçado, daqueles que adoram colocar a carinha para  fora do carro, pra sentir o vento. No começo, até me concentrei, tentando entender como chegar no Guará em apenas 5 manobras, mas foram tantas voltas e reviravoltas que desisti e preferi mesmo é curtir o vento e o fato de ser livre, leve e solta e de estar prestes a  me empanturrar de  comida quase-mineira.
A propósito, durante o tal passeio, fiquei fascinada com a quantidade de caminhos e rotas e lugares que ainda tenho para descobrir em Águas Claras. Descobri que – pausa para carinha de espanto – você pode até comprar JABUTICABAS na beira da “estrada”.
Não é incrível?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O taxista e o jogador de pôquer

Na hora de pagar o estacionamento, um taxista , todo prosa com a moça do caixa, vira-se para mim também:
- Moça, acabei de pegar uma passageira lá no aeroporto, ela era gringa e falava assim “estróboumaiamivaiceuatisiorneime”.
Muito divertido, o cara.
 Assim que terminei de pagar meus 2 reais, ele se despediu assim: “tchau... Você não acha que eu tenho que fazer um inglês básico?”.
Falei que sim e zarpei.
Ainda na linha “desbravando o Águas Claras Shopping”, há a história do dia em que o Ivens fez amizade no cinema com um cara que é jogador de pôquer, está há pouco tempo em Brasília, quer fazer amigos, achou que meu irmão tinha uma cara assim de amigo-possível e puxou papo.
Convenhamos:  isso só acontece no Reino Encantado das Águas Claras, sobretudo se considerarmos que meu irmão não é gay e o cara, segundo as informações que obtive junto ao irmão-simpático-do-cinema, estava com um alianção no dedo.

Momento-americanas

Antes que me achem a poliana-das-galáxias, que acha tudo lindo e é um publieditorial ambulante (passo longe disso, e banco meus cremes e envios pelo correio, ok? Pensando bem... ei, moço da farmácia, você quer patrocinar  o blog? Cobrarei em cremes, tá?), tive lá meu momento-americanas.
Depois da farmácia, dei uma passada nas Lojas Americanas, pra ver se achava cabides, mas só achei dos vagabundos, nível avançado.
Antes que alguém me diga “também, você quer qualidade nas Americanas?”, devo dizer que já achei uma ou outra coisinha boa por lá.
Não foi o caso.
Antes de zarpar para o próximo post, uma reflexão:
“Por que as Americanas são tão abafadas?”
Mais uma dúvida:
“Americanas não utilizam ar-condicionado nem ventilador?”
Para terminar, mais um questionamento:
“Pobre não sente calor?”

Vila feliz

Na farmácia, fui atendida pelo dono (por que é que eu acho que ele é o dono? Ah, talvez porque tenha um ar assim meio assertivo? Puxa, não sei responder, mas era o dono, um dos sócios ou um empregado muito antigo, que sabe tudo e dá ordens para os outros).
Confesso que passei na tal farmácia só para dar uma olhadinha, pois farmácia de shopping já carrega em si todo o dom de ser careira, certo? No caso, por incrível que pareça, não ocorreu isso, e acabei levando inclusive um dos cremes que utilizo. Esse creme  custa assim uma fortuna e o preço no estabelecimento (usei a palavra estabelecimento pra não usar mais o termo “farmácia”. Ops, usei de novo!)   estava super dentro da faixa que costumo pagar, ou seja, os olhos da cara (e olha que os meus são azuis) e nem um centavo a mais, o que significa que comprei ali mesmo, que não sou louca de ir procurar outra farmácia, andando pelo asfalto empoeirado, neste calor senegalês que tem feito em Brasília.
Na saída, o dono gritou um “tchau” e eu acho que tenho andado carente, pois achei fofo e me senti assim a habitante de uma vila feliz, chamada Águas Claras, que tem 15 habitantes, que se conhecem e se cumprimentam todos os dias .

E a ginástica laboral?

Vencidas as barreiras do “desculpe o incômodo, estamos trabalhando por você”,  fui resolver a vida.
Gosto do shopping, principalmente assim na terça-feira, bem vazio, pois posso exercer meu esporte predileto, que é observar pessoas. No caso, pessoas que trabalham ali e, num dia moroso como esse, baixam a guarda e se transformam, olhem só que diferente,  em pessoas, individualidades autônomas, e não maquininhas de realizar procedimentos.
Sabe aquela sensação que quem vem do interior sabe bem qual é, de estar assim numa cidadezinha pequena, em que todos se conhecem e você vai ali no correio e depois à  farmácia e ainda bate um papinho com o taxista? Pois, acreditem vocês ou não, foi exatamente o que fiz.
Nos Correios, o atendente me sugeriu trocar o envelope por uma caixa, que ficaria mais seguro. Depois, dobrou por horas a tal da caixa (obrigada pela paciência, Sr. Funcionário dos Correios), enquanto a colega ao lado se esticava e dizia, bem tranquilinha:
- Ei, Fulano, bem que a gente podia ter ginástica laboral, né não?
Enfim, nota 1000 pra a agência do shopping (pelo menos por enquanto, né? Dizem que a gente não pode elogiar): funcionários antenados com saúde ocupacional e interessados nos clientes.

Mar de obras

Numa terça-feira,   Águas Claras Shopping. Missão: correios e farmácia.
A primeira impressão é a de sempre, quando se trata de Águas Claras, ou seja, a de navegar num infindável mar de obras. Agora, até no estacionamento do shopping permanece essa sensação de que é preciso estar atenta, pra descobrir pra que lado levar o carro, por qual guarita passar, no improviso dos tapumes e cones por todos os lados.
Imagino, aliás, que me tornarei uma daquelas velhinhas sábias, que narram para os netos coisas como “isso daqui era só poeira e cimento, e ali não era estacionamento e o shopping não tinha todas essas 999 mil lojas e a gente inclusive não tinha nenhum posto de saúde e nenhuma escola pública aqui na cidade”.  Eles então vão esbugalhar os olhinhos e dizer:
- Não é possível, vovó! Sério? Nenhuma árvore?
E eu vou fazer um cara de “juro que é verdade” e eles vão honrar o quanto minha vida foi sofrido e o quanto batalhei e...
Bem, prossigamos no próximo post, ok?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Alegria de uns...

O prédio comprou um sofá para ficar ali, na entradinha (qual é mesmo o nome chique de “entradinha do bloco”?). Não acho que ele seja lá essas coisas, mas gostei da ideia, eu e os adolescentes, que antes se reuniam no playground, passando pela humilhação de conviver com todos  aqueles menininhos e menininhas subindo e descendo do escorregador, e agora se jogam no sofazão confortável.
A galerinha do tipo-assim foi, dessa forma, promovida.
Agora, eles têm privacidade e ficam ali, fazendo barulho na cabeça do porteiro, que nem pode ver a novelinha dele sossegado.
Ah, como tudo é mesmo muito relativo... Para o porteiro, amolação. Para os adolescentes, promoção.
Ah, a relatividade.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Estranho Caso do Viaduto

Os universitários presentes ao recinto poderiam dar as coordenadas geográficas corretas, mas, quando a gente vem pela EPTG, tem a opção de entrar em Águas passando por baixo de um viaduto (o nome dele é Israel Pinheiro?). Toda vez que passo por ali, penso em como um ENGENHEIRO teve coragem de assinar um projeto daqueles e em  como a educação neste País está precária e este cara não devia ter saído nunca da quinta série etc. Enfim, mas o fato é que por ali passam também os veículos de quem vai para o Parkway e há sempre um bolinho complexo de carros, que só não se batem por obra e graça do espírito santo.
Quer dizer, eles até se batem e é a história surreal de uma dessas batidas que eu quero contar pra vocês.
Estávamos eu e o Possante (preciso lavar!) parados num desses bolinhos congestionados, um pouco antes do viaduto em si, quando olho pelo retrovisor e vislumbro um outro carro a 300km/h . Só deu tempo de engatar, dar uma chegadinha para a frente e... crash!
Ah, só quem passa por ali para entender.... o burburinho dos outros carros, o estresse de quem já enfrentou toda a delícia de uma Estrada Parque e você ali, ligando o pisca-alerta, tirando o cinto de segurança  e se preparando para contar os prejuízos.
A motorista era uma senhora, que foi logo dizendo:
- Moça, me desculpe, eu me distraí.
É incrível como o corpo da gente reage. Apesar de estar relativamente calma, eu estava toda trêmula, mas consegui responder que era para ela ficar tranqüila, que era só questão de a gente trocar telefone, que não tinha sido nada sério.
Olhando bem de perto, vi que não tinha acontecido nada mesmo (bendita chegadinha para a frente!) e falei pra ela:
- Vamos embora, não amassou.
Ela estava meio desvairada e  comentou:
- Nossa, eu tou tão nervosa!
Daí, acho que nos identificamos:
- Eu também; olha só, tou tremendo.
Agora vem a parte MUITO LEGAL desse incidente: falamos “então tchau” uma para a outra e NOS ABRAÇAMOS.
É ou não é surreal, duas mulheres assim, cercadas por pisca-alertas, abraçando-se depois de uma batida em via movimentada?
Somos estranhas?
(Senhora Distraída, se ler este blog, por favor, manifeste-se, para que as pessoas não achem que eu tive uma alucinação... Aí, eu vou aproveitar para agradecer, pois sei que o abraço só rolou porque a senhora teve uma atitude gentil e equilibrada, assumindo o próprio erro e pedindo desculpas. Quando crescer, vou ser assim. )

E ninguém acredita que sou tímida...

Estou preocupada agora mesmo é com o que vou escrever. Sei lá, com tanta gente olhando, acho que fiquei  tímida.
Quando éramos só eu e o Cláudio, escrevia o que dava na telha, sem censura nenhuma. Agora, estou querendo escrever coisas sérias e profundas, mas, como já faço isso profissionalmente (tá, o que escrevo profissionalmente não é tão profundo assim, mas é cheio de escopos e termos de abertura,  processos e proposições), decidi manter  a linha editorial (oi?) tresloucada, com os  temas inúteis já previstos na nossa pauta.
Um desses temas é  O Estranho Caso do Viaduto.

Servimos bem para servir sempre

Hoje foi um dia muito auspicioso para o Em Águas Claras, pois, graças à indicação do DF-Águas Claras (que, por sua vez, encampou uma dica do meu, do seu, do nosso Cláudio Paixão), recebemos mais visitas até agora do que em semanas inteiras.
A gerência agradece e convida  todos a puxar um banquinho e a fazer companhia pra gente.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Silêncio raro, silêncio valorizado

Hoje o post é super curtinho, só pra comemorar o 7 de setembro e o DELICIOSO silêncio que fez hoje em Águas Claras.

Ah, a maravilha que é todas aquelas construtoras quietinhas, nada de caminhões histéricos e marteladas e guindastes  barulhentos.

Só a paz de uma ou outra criança brincando, de um ou outro cachorrinho latindo.

Paz.

Amanhã volta tudo ao "normal", mas, paciência, os outros também precisam morar, não é mesmo?

Daqui a uns 20 anos melhora.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Achei que era flash mob

Juro que não é lenda urbana. Do nada, enquanto a moça do caixa me cobrava os tais sanduíches, uma das atendentes da padaria começou a cantar Fio de Cabelo, de Chitãozinho e Xororó.
A situação já seria assim, digamos, pouco usual, mas aí uma cliente COMEÇOU A CANTAR também e essa, meus amigos, tinha um vozeirão e tanto!
Para completar, eu bati palmas para elas, enquanto assistia ao dueto.
Gente feliz é coisa boa de se ver (e de se ouvir), mesmo que esteja cantando "aquele fio de cabelo comprido/já esteve grudado em nosso suor".
Só acontece em Águas Claras.
(A moça do caixa então nos ajudou – a mim, aos meus sanduíches e ao meu frango – a chegar ao carro e, enquanto equilibrávamos as encomendas, ela dizia que era o jeito que o pessoal da padaria tinha para driblar o tédio de um domingo no trabalho, mas que não é comum que freguesas também se animem.
Ainda bem, né?
Já pensou se vira moda, o perigo que a gente corre?)

Agricarne

Depois do Incidente do Queijo, e de ter mais uma vez passado naquela catraca horrorosa do estacionamento do Shopping Quê, que eu nunca alcanço (baixinha sofre), fui para a Pão Dourado da Arniqueiras, buscar os sanduíches de metro que tinha encomendado. Como já era bem horário do almoço e eu estava simplesmente VARADA de fome, acabei me deixando atrair por uma dessas televisões de cachorro, que rodava deliciosamente num mercadinho chamado Agricarne, que fica bem na quadra da Pão Dourado.
O lance é que ali estavam unidos, numa conjunção perfeita, além do visual apaixonante da carne rodando e rodando e rodando, também dois elementos essenciais: o cheiro (indescritível para quem estava há umas 5 horas sem comer nada) e também uma boa e bela fila, daquelas que fazem a gente ter vontade de entrar, mesmo sem saber qual é o escopo dela (adoro esses termos nonsense da gerência de projetos). A única certeza que a gente tem, no caso, é que deve ser coisa boa, pois tanta gente não se disporia a ficar assim, no sol, num domingo, sem que houvesse algo que valesse a pena.
Enfim, teorias da manada à parte, fiquei ali, salivando ao lado de outras pessoas (no caso, todos homens, daqueles que as mulheres dispensam para a rua na hora do almoço: “vai caçar, campeão, que hoje eu não cozinho e você vê se corre atrás de um leão aí, que senão vamos todos passar fome e então ele sai arrastando a barriguinha, pra descolar um frango que tá bom demais, que ninguém merece caçar um leão em pleno fim-de-semana” etc.) . O mais estressante é que havia algumas pessoas que já tinham encomendado o tal do frango assado, e esses sortudos, então, furavam a fila e a gente ficava ali, morrendo de inveja e de vontade de estapear o indivíduo precavido.  Eu, por exemplo, quase surtei quando, chegando a minha vez (sim, que a minha vez chegou, por mais que, em determinado momento do suplício do espera-frango, eu tenha duvidado disso), o atendente me olhou com aquela cara de “eu-acredito-demais-que-você-seja-uma-pessoa-fina” e falou: “vou atender aqui o rapaz, que ele tá com uma criança de colo”.
Evidentemente, quase surtei mesmo foi por dentro, engoli em seco (no caso, não tão seco assim, em decorrência da salivação de quem estava há uns 20 minutos vendo frango girar, girar e girar) e fiz um muxoxo meio assim “fazer o quê, né?”.
Parecer técnico final: o frango da Agricarne é gostoso e eu recomendo, mas recomendo também reservar antes.

Um queijo e eu

Ontem então, na hora do almoço, passei no Comper para comprar umas coisinhas (dentre elas, copos e pratinhos  descartáveis, que eu não sou louca de lavar louça utilizada por 30 pessoas, certo?). Achei que seria legal fazer um patezinho e joguei um saquinho de queijo ralado (faixa azul, é claro, que são os melhores, #ficaadica) no carrinho.
Esperei pacientemente  na fila e, no meio do processo de passar os produtos, lá vem um cara do Comper e fala assim para a moça do caixa:
- Fulana, passe esse queijo aqui, sim?
E eu, bem passada:
-Passar?
- É... a senhora vai levar o queijo, não vai?
Só aí entendi. Coloquei os produtos e DESLOQUEI O CARRINHO para o lado de fora. Acontece que, nessa de colocar produtos e tirar o carrinho do meio do caminho, a porcaria do envelope de queijo ficou no fundo e o gerente ou sei-lá-o-quê viu o que eu não vi, ou seja, já imaginei as sirenes tocando e uma equipe do Bope entrando pelas portas do Comper, com o Capitâo Nascimento  berrando bem alto:
- Muito bonito, Dona Issana, querendo comer queijinho de graça, hein?
- Que coisa feia, logo a senhora, com essa carinha de boa moça!!
Ai, fiquei tão constrangida. Saí prometendo pra mim mesma nunca mais voltar, mas depois a ficha caiu que era (mais uma) demonstração de orgulho. Prezo tanto a honestidade que procuro ter na vida que gosto de ser meio a mulher de César e PARECER também  honesta, de modo que fiquei incomodada de que tivessem pensado que eu queria muquifar o famigerado queijo. Enfim, deixem que pensem o que quiserem, não é mesmo? Eu e minha consciência sabemos que foi mesmo distração.
Segundo o Ivens, com essa minha cara de professorinha da 4ª série, eles não devem ter pensado nada, mas eu fiquei tão sem-graça...
P.S.: tanta luta e... decidi não fazer o tal patê, de modo que a prova do crime ainda está lá em casa, junto com a tonelada de comida que sobrou .

Fazendo um social

Ontem, recebi  alguns amigos em casa. Foi a primeira vez, pois fui adiando ad infinitum, esperando que as coisas ficassem do meu jeito, leia-se, esperando ter grana para decorar pelo menos a sala. Como isso não ocorreu, decidi que era puro orgulho (e por que a casa da Dona Dondoquinha tem que ser a mais decorada do universo, pois não?),  que estava perdendo a chance de ser feliz, esperando a mesa de jantar dos meus sonhos, e recebi o povo do Centro para um Evangelho no Lar. É claro que foi uma experiência fantástica, que eu fiquei pensando por que não fiz antes e que jurei para mim mesma repetir várias outras vezes, incluindo amigos de outros círculos (tá, não existem tantos outros círculos assim, mas há pelo menos o do trabalho, certo?), ainda que definitivamente seja necessário ter estômago de ferro, pra encarar umas 20 pessoas espalhadas pelo chão da sala, pois você simplesmente não tem cadeiras suficientes para recebê-las.
Mas tergiverso (sempre quis usar essa palavra!) e o que quero mesmo contar são minhas peripécias para organizar o tal  “evento”, pois todas essas peripécias foram realizadas no meu, no seu, no nosso fantástico Reino das Águas Claras.
A primeira história vem a seguir e poderia se chamar “Memórias da Caloteira do Queijo”.

sábado, 3 de setembro de 2011

Sandu-bão

Depois do centro, fizemos um lanche no Miquéias. Senti falta das barraquinhas e barraquinhas improvisadas e tosquinhas  que se sucediam por ali, mas a lanchonete até que quebrou bem o galho. Mandei pra dentro um X-Tudo de frango tão imenso que nem dei conta de tudo.

Ainda bem que havia um xóven do meu lado, que, obviamente, não deixou sobrar nem um pedacinho, nem do dele nem do meu.

A propósito, Taguatinga é uma cidade bem legal de frequentar, principalmente quando o assunto é consumo, pois o custo de vida me parece bem mais baixo que o do Plano  Piloto ou de Águas Claras mesmo. Fora que tem uma cara mais assim de cidade brasileira, fugindo do visual maquete do Plano ou da verticalidade de Águas.

Enfim, me lembra vagamente Três Corações e dá pra matar um pouquinho a saudade.

Centro Espírita em Águas Claras

Uma das grandes ausências em Águas Claras é de um centro espírita. Apesar de morar bem próximo a instituição de ensino espírita, não há um grupo assim à mão (pelo menos, não que eu tenha conhecimento), o que, para mim, não é assim uma perda irreparável, pois já sou meio integradinha a uma outra instituição de Brasília, que fica no Plano, mas com a qual me identifico bastante.

Para quem, entretanto, está em busca de um lugar legal,  como a Aline, sugiro o Centro Espírita Batuíra, que fica em Taguatinga, super próximo à antiga Rua dos Lanches. De vez em quando, faço uns estudos por lá e a impressão que tenho é ótima. Hoje mesmo foi um desses dias felizes: recebo taaanto carinho, o ambiente é tão gostoso, que só posso recomendar.




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

De Águas para o Plano - a jornada

- Preciso lavar este carro.

- Uai, o controle não tá funcionando? Opa, funcionou.

- Bem que esse cara podia ter me deixado passar, né? Apressadinho...

- Que rua esburacada do caramba!

- Isso não é um quebra, é um arrebenta-molas.

- Mas o que é que esse caminhão tá fazendo ocupando a pista toda???

- Até que a EPTG não tá tão cheia hoje.

- Ops, radar. Vamos diminuir, Issana, vamos diminuir.

- Esse aí não tá dirigindo, tá é voando. Caraca!!

- Mas eu não acho uma rádio decente, meudeusdocéu!

- Engarrafamento no Sudoeste. Pra variar.

- Lálálálálálálálálálálálá.

- Que calor!

- Ops, andou 5 metros.

- Eca, o cara do lado tirou mesmo meleca do nariz? Que nooojo!!

- De onde é que esse infeliz surgiu?

- Ops, radar de novo.

- Hoje eu vou fazer isso, aquilo e vou ver aquela planilha e vou dar andamento naquele processo e, nossa, já tava esquecendo daquela reunião e logo hoje que eu vim sem salto...

- Por que é que eu pego todos esses sinais do Eixo?

- Lá se foi o sinal do rádio, tou passando na Torre.

- Esse cara do ônibus acha que é dono da pista???

- Lálálálálálálálálálálá.

- Como tem sinal essa W3. Preciso aprender outro caminho.

- Droga, minha unha lascou.

- Que tartaruga é essa na minha frente, cristorredentor???

-  Graças a Deus, tou chegando.

- Preciso lavar este carro.

"Da janela lateral/Do quarto de dormir..."

Do janelão da academia do prédio, acompanho há meses o surgimento de dois espigões. Distraí-me por algumas semanas e hoje levei um baita susto, ao vê-los já quase totalmente pastilhados: um é branco e vermelho e outro, branco e azul.

No ritmo em que eles se finalizam, daqui a poucos meses já haverá famílias morando ali. Como  sou fascinada por gente e suas histórias, então é um prato cheio um prédio desses, vislumbrado enquanto mato o tédio dos quilômetros a percorrer na esteira (ratinha em teste de laboratório, é assim que me sinto) e conto os aviões que passam pelo céu, já em processo de aterrissagem.

Não me achem (muito) esquisita, mas sou assim, contemplativa. Não foram poucas as vezes em que fiquei, estirada na rede, olhando as luzes acesas do prédio láááá na frente (e que tem uma linda cobertura, a propósito), imaginando que cada luzinha dessas é alguém que chega, alguém que se ocupa, alguém que tem uma história única e intransferível, que eu adoraria ouvir.

E, antes que me perguntem, já respondo: não, eu não tenho binóculos. Fiquem tranquilos.


E não é que tem quem goste do transporte público em Brasília?

É fascinante perceber o quanto a diversidade nos cerca. Os olhares e as possibilidades trazidas por esses olhares são múltiplos, e não podemos desconsiderar nenhum deles. Acontece que, de modo geral, nos cercamos de gente que pensa como a gente e criamos, em torno de nós, uma zona de conforto que reverbera nossas opiniões. Assim, o contato com quem pensa diferente, muitas vezes, dá mesmo é vontade de sair correndo (pra não dizer sair dando uns murros...).
Exemplifico (não a vontade de dar uns  murros, mas a perplexidade diante de quem pensa diferente). Acompanhem a conversa, cujos detalhes de tempo e lugar não posso dar, para não expor ninguém, mas devo dizer que não era ambiente de trabalho e que o interlocutor era um macho-alfa bem mais velho.
Não sei por que cargas d’água, começamos  a discutir o transporte público em Brasília e eu lasquei um “nunca vi um sistema viário tão precário como o daqui” e então ele:
- Ah, mas é aí que você se engana. Você sabia que Brasília tem a maior frota de veículos do Brasil?
Continuei fazendo cara de interessada. Isso eu não sabia mesmo, então ele se sentiu estimulado a continuar:
- O problema é que Brasília não é capilarizada e os trajetos são imensos; uma pessoa pode pegar um ônibus no Lago Sul e parar lá em Ceilândia, com uma tarifa que não cobre os gastos.
Eu fiquei sem reação.
Como comentar, sem ser indelicada,  que há pessoas ficando milionárias com esse transporte de frota imensa (oi? Só se for de latas velhas!) e que não “cobre os gastos”? Como descrever a sensação de quem, como eu, pega metrô lotado ou já ficou mais de 2 horas esperando uma furreca veia dessas, naquela rodoviária  feia e suja do Plano Piloto?
Como? Era como uma marciana tentando explicar a lógica das viagens interplanetárias a um chinês da Manchúria.
Impossível,  de modo que continuei a balançar a cabeça, usando o milenar método feminino de parecer uma aprendiz iniciante, que não tem muito a dizer sobre o tema,  enquanto na verdade o que acontece mesmo é que se sente uma profunda vontade de emitir um redondo e sonoro “calaboca”.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"Tudo que é sólido se desmancha no ar"

Nos últimos dias, as notícias do câncer recém-descoberto no Gianechinni e do estágio da doença em Steve Jobs me fizeram refletir bastante. Uma doença como essa sempre dá assim um certo pesar, e não foi diferente nesses casos, mas o que me deixou bastante reflexiva foi o fato de que, de um modo bem interessante, há um aspecto simbólico muito forte, pelo menos no meu imaginário, no que diz respeito a essas duas pessoas. Gianechinni simboliza beleza. Jobs, poder.
Se, diante de uma doença qualquer, é inevitável pensar na fragilidade e na efemeridade da vida, no caso desses dois a conversa ganha uma dimensão muito maior, pois se estende para o campo dos símbolos e, então, arrisco-me, sem medo de despejar lugares-comuns que são, a meu ver, sabedoria em estado puro, a afirmar que não há poder, beleza ou dinheiro que se eternizem indefinidamente. Tudo é movimento, fluxo e mudança (como diria um amigo meu, tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador).
Estranho é que, “presos na matrix”, não nos damos conta disso, e passamos a viver as situações transitórias como se fossem definitivas, como se não fossem a ilusão que efetivamente  são. Sofremos e nos desgastamos e fazemos bobagem, a fim de acumular tesouros que vão simplesmente se desmanchar no ar. Queremos ser ricos e lindos e poderosos  para, no final, como diria a Rita Lee, tudo virar bosta.
Não estou defendendo aqui, entretanto, que nos enfurnemos então numa caverna, ignorando as possibilidades e facilidades que a vida oferece, mas que as dimensionemos, estabelecendo uma escala de valores que realmente “dê a César o que é de César”. Ainda que você seja um ateu convicto (e desconfio que eles existam em bem menor número do que apregoado, haja vista a enorme massa que queima  incenso  nas bolsas de valores , para o deus Dinheiro, ou a turma imensa que entra em êxtase místico diante dos shoppings espalhados pelo mundo), há algo na experiência humana que é extremamente valioso: amor, afeto, sinergia, sei lá qual é o nome que se dá a esse “algo”, mas ele com certeza é Algo assim, em letras maiúsculas, que perdura de modo independente das circunstâncias (segundo minha fé, dura inclusive para além da morte) e dá sentido  ao Grande Mistério que é estar vivo.
(Desculpem fugir um pouco da linha editorial do blog, mas é que não resisto. Amanhã, voltamos à programação normal.)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

He'll drove all night...

Ontem o Ivens fez a primeira incursão pela EPTG. Fomos ao aniversário de uma amiga minha (a propósito, o níver foi no Le Butecô, que inaugurou há pouco na 209 Sul e que super recomendo) e ele voltou dirigindo.
Só digo uma coisa: neguinho suou .
Depois que cheguei viva em casa (altas emoções!), até que foi divertido ver a EPTG sob o olhar de um motorista iniciante (antes que vocês pensem que sou louca, devo informar que a pessoa já tem carteira; só não tem  é o costume de dirigir!).
Primeiro que ele acha tudo muito movimentado. Detalhe:  eram quase 10 horas da noite. Imaginem o rapaz dando um rolê por ali às 18 horas...
Depois, é sempre uma tremenda dificuldade mudar de pista. O movimento  tem que ser previsto com minutos e mais minutos de antecedência e é sempre muito sofrido: “será que vai dar? ”.
Aliás,  também é possível que você, passageiro no banco do carona, sentado com as mãos crispadas,  ouça coisas como “eu só preciso mesmo é conciliar o retrovisor com os espelhos, pra calcular a distância do outro carro” ou “não coloca o som que eu preciso me concentrar” ou  “cadê a faixa? Cadê a faixa? Cadêêêê a faixa??”, isso tudo a 60km/h, numa pista de 80. Mais  duro ainda é pensar (e reconhecer) que também já  teve comportamentos assim, isso lá no século passado.
Para ser justa, entretanto, devo acrescentar que o rapaz se saiu muito bem  e não deve levar a sério o que chegou em casa dizendo, esgotado:   “não compro carro tão cedo; o metrô ainda vai me ver por muitos e muitos dias!”. Há certas situações (e direção de veículos é só uma dentre  várias) em que a prática decididamente é que leva à perfeição.
(Sou sábia?)

Momento de Paixão

Vocês devem estar achando que eu pago pau demais para o Cláudio, mas é que os comentários dele são sempre tão legais que eu não resisto a compartilhar com mais gente. Olhem só as dicas:

Concordo com você, os preços em Águas Claras são irreais. Tem um self-service no Shopping Quê, que tem uma comidinha bem simples e quer cobrar o preço do Mangai.

O preço é bem mais caro que no Sudoeste, lá se pelo preço deste restaurante do Quê (+ou- R$ 35,00 o kilo), se come no Fausto e Manuel domingo (dia mais caro), com direito à bacalhau, salmão (pra quem gosta - não é meu caso) e camarão.

Ainda não provei a feijoada do Piratas (até ganhei este desconto, mas não pude ir), a do Bar do Ferreira (Quê) é muito boa, não é muito barata (acho que R$ 29,00 à vontade) mas vale o preço e ainda tem um pessoal tocando chorinho.

Não sei se você conhece, mas na rua da Estação Concessionárias (paralela à Castanheiras, acho que chama Boulevard Águas Claras, entre 33 e 34 norte), tem alguns barzinhos, o do meio, tem uma feijoada bem simples, mas boa no sábado, acho que por 20 e poucos reais o kilo. A cerveja é gelada e com preço bom, R$ 4,00 Antártica e Skol e R$ 5,00, Original, Serra Malte e Heineken (destas sei o preço de cor).

Outra opção razoavel é o restaurante do Walmart, a comidda não é lá estas coisas, porém o preço é razoavel e é limpo.

Valem ouro, não valem? Mais alguém se habilita a dar uma dica legal?

P.S.: Cláudio, seu sobrenome é um trocadilho ambulante. Sorry, mas não resisto... hehehehe

domingo, 28 de agosto de 2011

Preços e biroscas

Falei da falta de sal na feijoada do Pirata's, mas voltei para fazer um reconhecimento: fomos muito bem-atendidos e a comida foi preparada no capricho (eu é que gosto mesmo de um salzinho puxaado). Enfim, a feijoada vale quanto custa, efeito que, já observei, não acontece sempre aqui em Águas Claras. Explico-me.

Acho que, na cabeça de alguns comerciantes da cidade, a perspectiva é de uma cidade de pessoas com nível econômico bom, com padrão de vida alto, então a tendência é mandar os preços lá pra cima. O problema é que alguns desses "empreendedores" não perceberam que, em contrapartida aos precinhos salgadinhos (esse tipo de sal, eu não curto), é preciso entregar serviços de boa qualidade e, acreditem em mim, isso não acontece. A padaria aqui perto de casa, por exemplo, tem os preços lá nas alturas, quer dizer, não tão nas alturas assim, mas num esquema meio Pão Dourado. O problema é que, meus amigos, a tal padaria é uma birosca, meio sujinha, com produtos de quinta categoria (pelo menos, os que eu já comprei), atendentes mal-treinados, falta de variedade etc. Em síntese: preço de Sudoeste, mas padrão Parque São José.

Outro exemplo: na quinta, jantamos num quiosque que abriu aqui por perto (não digo o nome, por motivos óbvios). Pagamos, cada um de nós, o que pagaríamos no Pirata's (sem desconto) e, no entanto, não tem nem comparação. Para terem ideia, a garçonete amparou o churrasco em cima de um pano-de-prato bem sujo, daqueles em que vem escrito "tudopossonaquelequemefortalece". Muito fofo na casinha da mãe da gente, ou numa expedição hippie, mas, pelo preço que pagamos... não merecíamos nem o pessoal fumando maconha na mesa do lado (juro), muito menos a falta da máquina de crédito ou de uma toalha na mesa. Quer dizer, pra viver isso, era só descer para as barraquinhas em frente à Uniplan e mandar pra dentro um churrasquinho de gato de 4 reais, concordam?

Vocês devem estar me achando super pão-duro, mas o perfil não é bem esse. Não me importo de pagar caro. Faço questão é de ter retorno pelo que pago... 

01 ano

Estava aqui preparando material para a primeira oficina da formação em coaching. A propósito, as atividades desse curso parecem se multiplicar. Se não tivesse feito um compromisso comigo mesma em relação a ele, era o momento ideal de entrar em modo enrolation, mas vou ficar firme, que mais da metade já foi...

Já comecei o post fugindo do assunto, mas o que queria dizer mesmo é que interrompi o trabalho para registrar aqui este fim-de-semana especial, que é exatamente o do aniversário da mudança para Águas Claras: faz exatamente 1 ano que juntei colchão, máquina de lavar e sapatos e me desloquei para o entorno de Brasília, pra viver o sonho da casa própria (da dívida própria?).

Devo dizer que continuo muito feliz, ainda que hoje em dia seja uma felicidade mais madura. Hoje enxergo o pó, o trânsito, as torneiras que vazam, mas nada é suficiente para aplacar a doce satisfação de ter um canto, um espaço para guardar meus (poucos) discos e (muitos) livros.

Mesmo sem ter combinado nada, acabou que, por iniciativa do Ivens, acabei fazendo uns programinhas legais aqui na cidade: comi uma feijoada sem sal no Pirata's (mas não posso reclamar, que paguei metade do preço, numa promoção que o irmão descolou) e fui ao cinema a pé, pra ver Planeta dos Macacos. Enquanto caminhávamos de volta pra casa, depois de um macarrão no Spoleto, confirmei que não poderia haver melhor comemoração que essa: finalmente aproveito a cidade, com simplicidade confortável, aquilo que, pra mim, é sinônimo de qualidade de vida.

domingo, 21 de agosto de 2011

Proletários de Águas Claras, uni-vos!

E por falar em Ivens, vou pedir para ele escrever uma participação especial aqui no blog, narrando as táticas e estratégias que está desenvolvendo, pra andar de metrô e se dar bem, o que, no caso dele, homem jovem e saudável, significa arrumar pelo menos um espaço pra sustentar o braço.

É  claro que, andando nos horários em que anda, NUNCA vai vir sentado, mas sempre se pode vir um pouquinho mais confortável, e é sobre isso que vou pedir pra ele, proletário morador sem carro desta cidade de transporte público caótico, escrever.

Aguardemos, que as manhas são hilárias; eu garanto.

De verdade

Fui para a academia (disciplina é meu sobrenome e academia-no-domingo-até-parece-que) e havia uma festa acontecendo no salão.

Eu disse FES-TA, não essas coisinhas finas que às vezes acontecem por aqui, com sonzinho baixinho, tocando blues, e pessoas equilibrando brioches com a pontinha dos dedos, enquanto sussurram coisas profundas.

Eu falei churrascão, com Leandro e Leonardo tocando na maior das alturas ("entre tapas e beijos/ é ódio é desejo/ é sonho, é ternura...") e um monte de gente alegrinha (pra não dizer chapada mesmo), segurando copinhos descartáveis com cerveja e falando do campeonato brasileiro, enquanto as crianças correm pra lá e pra cá  e as mães de vez em quando puxam uma ou outra orelha.

Festa de verdade, entenderam?

(O Ivens está dizendo aqui que começou cedinho. Festa, enfim, daquelas que dão vontade da gente participar também.)

Com vocês, o Paixão

Como sei que os 2 leitores que tenho não vão aos comentários, PRECISO compartilhar o último comentário do Cláudio, que só comprova uma coisa: falar das nossas experiências não permite só achar interlocutores, mas também pessoas que vivem coisas tão parecidas que, de alguma forma, fazem nossas vivências ganharem sentido, um sentido compartilhado, que nos faz sentir menos sozinhos .

Bem, chega de blablablá e vamos ao que interessa:

Obrigado pela deferência e pelo poemito!! Você não está falando pras paredes!

Mudei aqui pra Águas Claras em outubro de 2010, infelizmente ainda não para meu próprio apartamento, que deveria ter ficado pronto em março de 2011; adiaram pra setembro e pelo que estou vendo não vai ficar pronto no prazo. Mas acho que até o fim do ano entregam.

Infelizmente também tenho um vizinho flamenguista e como você, não gostei do atendimento do Piratas.

Agora algumas diferenças; o OBA eu nem conheço, faço compras geralmente no Walmart.

A poeira nos móveis nem me incomoda muito (acho que mulher enxerga mais sujeira que homem), só a secura, mas acho bom quando a secretária vem e deixa a casa habitável novamente.

Academia ainda não arrumei por aqui e no prédio que estou morando atualmente a academia é muito pequena, então nem apareço por lá, enfim fico enrolando, arrumando um monte de desculpas e só engordando.

Despertador já dispensei há muito tempo, acordo com sirene das obras, pontualmente as 7:00.

P.S.: Cláudio, você PRECISA conhecer o OBA. Acho que vai amar...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Levantou poeiiiiira!!!!!

Ontem recebi um  comentário fofo do Claudio Paixão e isso me deu o maior gás pra voltar a escrever no “Em Águas Claras”.  Enfim, adorei, e vamos então, graças ao estímulo do conterrâneo,  retomar o nosso tema: a vida no Reino das Águas Claras. 
Viver em Águas significa estabelecer uma relação bastante intensa (não posso dizer amorosa) com a poeira, principalmente nos meses do ano em que nos tornamos definitivamente um deserto, tamanha a secura (na segunda, chegada do Ivens a essas terras candangas, fez simplesmente 10% de umidade do ar. Eu disse 10%. O que seria “normal”? Algo assim em torno de 60%...). O clima é seco e a cidade provavelmente ainda é o maior canteiro de obras da América Latina, o que significa que convivemos com uma mistura de terra esturricada do cerrado com cimento pesado. Hoje, por exemplo, a fiel escudeira fez o faxinão semanal lá em casa. Quando chegar, mesmo com janelas hermeticamente fechadas, as partículas-ninja de poeira terão se infiltrado e cada cantinho terá adquirido uma linda e maravilhosa camadinha marrom-acinzentada.  Isso no MESMO dia da faxina. Daqui a uma semana, o cenário é aquele que a gente só encontra em casas abandonadas há milênios, quase uma coisa assim Pompeia.
Estranho é que a gente sobrevive. Afinal, outubro tá quase ali, pra gente se afundar mesmo é na lama.
(Pra terminar, um poemito,  especialmente para o Claudio:
“Paira a poeira. A poeira paira.
Para, poeira!”)

Ouço vozes... e muitas risadas também!

Desde a segunda, venho ouvindo vozes, diretamente no meu quarto, altas horas da noite.
Ontem, decidi  olhar pela janela: abriram um bar em frente ao prédio e as conversas caem DIRETAMENTE na minha cama.
E olha que o fim-de-semana  ainda nem chegou... e pior é que nem torço contra, pois sei que simplesmente são pessoas querendo ganhar a vida honestamente.
Paciência.

sábado, 2 de julho de 2011

No prédio

Como grande parte dos moradores de Águas Claras, quase cidade-dormitório, fico muito pouco por aqui. Trabalho, almoço, estudo e faço baladinhas no Plano Piloto, de forma que minha experiência com a cidade fica  (quase) restrita às passagens exaustivas pelo trânsito e, é claro, às experiências vividas no prédio: encontros no elevador, conversas com porteiros, barulhos dos vizinhos.

Nesta semana mesmo:

1. desci para a academia e encontrei uma mocinha, lá pelos 7 anos. Ela usa óculos, tem cachinhos louros e eu acho que eu era assim quando era criança. Identificação inevitável, como podem perceber, se bem que, mais do que eu, ela é super simpática e desenvolta. Conheci-a quando minhas sobrinhas estiveram por aqui e descíamos para o playground, o que me permitiu fazer conhecer algumas das crianças e das mães, sem o ônus de ser "a-vizinha-esquisita-que-mora-sozinha-e-não-falem-com-ela-crianças". Ah, mas o que eu estava contando é que batemos um papinho no elevador ("e aí, vai brincar um pouco, né?") e, já no térreo, a porta se abriu e lá estava uma senhora, numa cadeira de rodas, empurrada por um moço. Pois então a menina se JOGOU no colo da velhinha, para um abraço, e eu achei uma das cenas mais lindas da semana. Sabem amor puro, autêntico? Foi assim. A senhora sorriu para mim, enquanto era empurrada para o elevador e eu murmurava "que coisa linda de se ver!".

2. Essa menina loirinha é irmã de um outro,  adolescente, que tem uma amizade fantástica com uma outra adolescente do prédio. Eles andam pra cima e pra baixo juntos e eu adoro as caras de educação e de vontade de me socar que eles fazem, todas as vezes que os encontro e comento: "ah, acho lindo o amor no ar"; "e aí, como vai sua namorada?". Aí,  eles repetem 500 vezes QUE NÃO SÃO NAMORADOS e eu só acho divertido e vou continuar perguntando pela eternidade. Enfim, preciso fazer jus ao título de "vizinha-esquisita-que-mora-sozinha-e-é-um-poço-de-indiscrição-essa-véia-chata-um-dia-eu-falo-pra-ela-ir-cuidar-da-vida-dela".

3. Uma das coisas mais modernas do meu prédio é que nós temos uma porteira. Sim, amigos do Reino das Águas Claras, uma das nossas recepcionistas (será que este é o nome politicamente correto para porteiro?) é uma moça. Acho super avançado, coisa mesmo de "tá dominado": somos presidente do País, por que não podemos ser porteiras também? Tanto ela quanto o outro (não convivo com os do período noturno, que me parecem apenas vozes no interfone "Senhora, a pizza chegou!") são super gentis e amáveis. Para terem uma ideia, não é incomum ele observar que estou chegando (aliás, outra coisa massa aqui do prédio é um circuito de câmeras do caramba, com acesso em cada apartamento. Quando meus pais estiveram aqui, a diversão para meu pai aposentado era me ver descendo, saindo na garagem, manobrando o carro etc, até me perder pela rua afora) e me esperar no térreo, com uma ou outra encomenda. Quer dizer, ele aperta para o elevador parar no térreo, faz a entrega e eu continuo, sem precisar nem sair do elevador, um tipo de cuidado que não é obrigação dele, mas que é pura gentileza. 

4. Tenho uma vizinha com 3 filhos que é meu espelho, quer dizer, tem uma vida que é exatamente a vida que eu teria, se não tivesse a vida que eu tenho. Confesso que tenho invejinha dela e da família linda que ela tem, ao mesmo tempo que desconfio que ela também tem um pouco de mim. Percebo (ops, posso estar fantasiando feio, só pra me sentir mais confortável e não ser a monstra que tem uma vida chata e fica querendo tudo diferente) que ela estica os olhos compridos, enquanto malho na academia e ela está ali em frente, gerenciando a garotada no playground, enquanto ela está tirando o carro para buscar o mais velho na escola e eu também tiro o carro, mas para viver a excitante (ahan) vida  no mercado de trabalho. Enfim, mais um caso caso típico de "a grama do vizinho é sempre mais verde".  

Sobre os barulhos, farei um post exclusivo, que o assunto dá pano para a manga...

domingo, 15 de maio de 2011

Trevinho do terror

Hoje presenciei mais uma batida na confluência entre a 26 Norte e a Flamboyant.

Uma plaquinha apenas e isso deixaria de ser uma rotina quase que semanal. #ficadicaa

Oba!

Se tem um lugar que adoro é o OBA, hortifruti que tem uma filial em Águas Claras. Lembro bem quando vim pra cá e, na mesma época, a filial inaugurou e eu, cliente fiel da do Sudoeste, senti que "pronto, agora Águas tem tudo de que necessito!".

Pode parecer estranho, mas para mim a compra de frutas é uma experiência gastronômica valiosa. Agradeço muito a minha mãe, por nos ter criado com poucos doces e muitas frutas, de modo que eu realmente aprecio experimentar, tocar, degustar. Quando ouço alguém dizer que não suporta frutas, confesso que me dá aquela incompreensão do tipo "é porque não experimentou direito" que as pessoas devem ter quando digo que não sou chegada a bebidas alcoólicas.

Hoje as compras foram:
- Amoras - nossa, como são gostosas. Lembram infância e juventude. O centro Teresa de Ávila, que frequentava, tinha um pé  e nós,  crianças e evangelizadores, antes ou depois da evangelização, ficávamos um bom tempo catando a fruta do pé. Memória afetiva, enfim.

- Cana - cortadinha, sem aquele trabalhão que dá para cortar? Fantástico. E olha que nem estava caro (não posso dizer o mesmo das amoras).

- Mexericas - estão na época, lindas e baratinhas.

- Manga - nunca falta na minha lista. Gosto de variar o tipo, mas sempre estão no carrinho.

- Abacaxis - já cortados e bem docinhos. Pena que  não vendam em embalagens menores. Ah, a vida toda pensada para grandes famílias...

- Queijo minas - tá, não é fruta, mas sou mineira, então...

- Ovos caipiras - gema tão amarelinha...

- Carne de frango e de boi.

Vi por lá uns morangos de Itu (enooormes), uma coisa meio assustadora, transgenia total. 26 reais a caixa. Passei, assim como as ameixas e os pêssegos, que estavam feiinhos pra caramba.

Ah, pra não me acharem a rainha da alimentação saudável, também entraram na listinha 4 latas de coca-cola...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Deus

Há um ano, estava toda angustiada, tomando uma decisão financeira que, provavelmente, será a de maior impacto na minha vida: a compra do apartamento.


Fico tão feliz de não ter mais que decidir. Mais que isso, fico super feliz de ter dado o passo, de ter tido coragem. Olhando para trás, sinceramente não sei como juntei forças para optar e escolher, do jeito absolutamente solitário que foi. Sinto que fui muito protegida pela espiritualidade... Só hoje percebo as inúmeras possibilidades de dar errado que estavam me rondando e que eu, ali no calor da batalha, nem percebia.

Alguns chamam de sorte. Outros, de imponderável. Eu chamo de Deus.

domingo, 8 de maio de 2011

Noite de sábado

Depois do curso, saí com amigas. Fomos ao Pirata's, duas amigas e eu. Fiquei com uma má impressão do lugar. Não estava tão tarde nem tão cheio, mas não conseguimos uma mesa decente. Colocaram-nos numa ilha abafada, cercada de casais e famílias por todos os lados, e ainda tivemos que ouvir "é melhor ficarem aqui, que assim se garantem e, se não pegarem esta, pode ser que não peguem mais nenhuma nas próximas horas".

Ficamos 2 segundos e zarpamos para o All Dublin, onde a mesa também não era lá essas coisas, mas pelo menos ficamos do lado de fora, num lugar bem arejadinho,  e o chope estava super  gostoso. Responsável pelo sucesso da noite, entretanto, foi  a companhia das meninas. Aliás, prometi mandar um beijo para a C. aqui no blog e, como  promessa é dívida, lá vai : querida estagiária,  um beijo para você!

Então, mas eu estava falando que companhia é tudo nesses casos. Fiquei tão relaxada, falamos de tudo um pouco, rimos muito... Desopilei, enfim, sem aquela exigência de paquerar e ser perfeita e suave e alegrinha. 

Precisamos repetir, meninas. Agora que a E. já sabe  o caminho, espero que repitamos logo a experiência. Nossa, como é difícil para quem não conhece chegar a Águas Claras!  Tudo é  muito mal sinalizado,  tanto que a coitada foi parar em Taguatinga Sul e ficou ali, rodando como um peru desesperado - e com celular no ouvido. No final, depois das dicas de um policial, conseguiu se arrastar até o Walmart e só assim respirou um pouco aliviada. Espero que a menina não tenha se traumatizado - pelo menos, não muito.

sábado, 7 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Pizza à Bessa


Em compensação, na sexta passei momentos bem gostosos na Pizza à Bessa de Águas Claras. Comida boa e farta, ambiente tranquilo, atendimento simpático (com direito a garçom que aceitou tirar foto e se divertiu conosco) e eficaz.

Já tinha ido outro dia lá e não tinha sido tão bom, talvez pelo movimento intenso, pelo barulho... Achei que até as pizzas passaram de forma mais lenta. Na sexta, apesar de não estar vazio, também não estava aquela muvuca caótica e deu para sentir que valeu cada centavo que deixamos por lá.

(A foto é do meu irmão Ivens, atacando a pizza de sorvete).

Comassim?

Dia desses, o trânsito estava engarrafado numa das entradas da cidade. Nenhuma novidade, se não fossem NOVE E MEIA DA NOITE.

É isso aí. Para quem não entendeu, repito: vinte e uma horas e nada de trânsito fluir.

Era um caminhão quebrado, mas vamos combinar que neste horário a cena toda ganhou ares surreais: "como assim eu tou mesmo ilhada nesta via? Como assim este cara quer ultrapassar como se 3 da tarde fosse? como assim ninguém pode acelerar?"

No mesmo dia, toda a parte baixa da cidade estava às escuras. Quer dizer, você já vem estressada de um dia de trabalho do cão, de um engarrafamento inesperado e então tem que dirigir como se na estrada estivesse, com toda aquela atenção necessária para não se estourar o carro em um  outro desavisado.

domingo, 24 de abril de 2011

Flamenguistas em Águas Claras

Dá para acompanhar o futebol aqui do prédio, sem nem mesmo ligar a TV. Para isso, basta observar algumas premissas:

1. a proporção de flamenguistas é de 10:1.
2. Flamenguistas (só os daqui?) são animados e, hum, expansivos.

Portanto, é fácil saber, só pelos berros e pelas vuvuzelas (sim, elas ainda estão entre nós):
1. que o Flamengo está jogando;
2. o índice de lances perigosos;
3. o momento HISTÉRICO do gol;
4. a vitória acachapante.

Enfim, dá pra economizar a TV - e pra se divertir um pouco também que, apesar de azedar com vizinhos barulhentos da madrugada, os das tardes de domingo são quase comoventes.

Sem noção

Ontem reclamei pela primeira vez dos vizinhos. Fui dormir à meia-noite, super democrática, ouvindo o barulhão, mas pensando "ah, vou conciliar logo o sono e deixar que as pessoas se divirtam e logo eles param e..."

Acordei às 3h30 e a festa continuava a mil.

Liguei para  a portaria, na maior vibe síndica indignada.

Quer dizer.

Altas aventuras e muitas confusões - uma sessão da tarde no shopping

Ontem fomos ao cinema, às 19h30, pra ver "Rio", no Shopping Águas Claras. Não vou comentar o filme que, como 99,9% das pessoas que conheço, achei fofo elevado à enésima potência (vou adotar, aliás, para várias situações da vida,  a falinha do tucano,  que diz a toda hora: "ah, você é tãããão divertido... não fala coisa com coisa"). Quero comentar é a experiência antropológica de ir ao cinema com metade das crianças da cidade.

(...)

(...)

Pensando bem, é melhor não comentar.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um parque especial

O Parque de Águas Claras não é o maior nem o mais bonito de Brasília. Passa muito longe disso, aliás, mas é impossível ficar indiferente àquela área verde, encravada bem no miolinho de Águas.

Ontem demos uma volta por lá, meus pais, o Ivens e eu. Eram umas 16h30 e o lugar estava extremamente tranquilo, quase deserto. Descobri uma área que não conhecia (sim, eu sou uma preguiçosa que, por exemplo, só visitou a piscina do prédio 2 vezes - e já se passaram 8 meses!), na qual há até lago com patinhos e academia ao ar livre. Há também caldo de cana e um pastel nadando na gordura (para quem gosta, um prato quase líquido).

Particularmente, o que mais me atrai no parque é exatamente o que tive ontem: silêncio e paz. Para outras pessoas, um pouco de convivência social, de outras pessoas passando por perto também é importante, e devo dizer que, em outros horários e dias,  também se pode dar uma interagida animadinha.

Para quem pensa em comprar um apartamento e morre de medo de se afogar na selva de pedra que é Águas Claras, fica o lembrete de que não só de concreto é feita a cidade.

Silêncio

Acordei hoje e não havia martelação em Águas Claras: feriado nas obras.

É como se algo faltasse. Algo não muito agradável, aliás.

E pensar que daqui a alguns ANOS o silêncio será este.  Pensando melhor, silêncio como este, nunca mais.

Afinal, haverá PESSOAS morando nos prédios, pessoas que fazem barulho, certo?

Ah, as doces perspectivas para o futuro.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma questão mecânica

Oficinas são chatas.

Não quero ser machista, perpetuar uma cultura de segregação de espaços (mulheres na cozinha, homens nas oficinas). Vocês  me conhecem e sabem que sou gente-que-faz, que sei muito bem gerenciar minha vida, inclusive em aspectos classicamente atribuídos aos machos-alfa: pago minhas contas, sei defender meus direitos com uma boa dose de assertividade, enfim, passo longe de uma desamparada e acredito que homens e mulheres têm mesmo poucas diferenças, além daquela bem conhecida por todos nós. Na verdade, somos todos espíritos em viagem, com nossas conquistas e nossas fragilidades, de modo que perpetuar clichês e estereótipos é um desserviço a que não me proponho. Afinal, há mulheres que gostam de oficinas e há homens (hetéro, inclusive!) que gostam de moda.

Todo esse blablablá posto, oficinas são chatas, e não digo isso porque sou mulher, mas porque simplesmente, sei lá, não vim com o chip "supermáquinas, ativar". Sabe, costumo ser uma pessoa do tipo, digamos, interessada. Só pra dar um exemplo: fui ver o Zé Colmeia com meus sobrinhos e, nossa, que coisa chaaata e demoraaada. Pois bem, mesmo assim, me distraí olhando as emoções passando pelo rostinho do João (alguém estava aproveitando, pois não?). Consigo fazer isso até em fila de espera médica, em que fico ouvindo a conversa alheia (que culpa tenho, se falam tão alto?) ou no metrô lotado (dia desses, entrou uma menina bem novinha com um sovaco super cabeludo e eu fiquei imaginando se isso é uma moda nova etc).

Enfim, divirto-me nos lugares mais inusitados, mas oficinas mecânicas conseguem em mim o efeito dementador (leiam Harry Potter ou googlem, que já estou fugindo demais do assunto neste post).  Todos os meus sentidos ficam desorientados, "chateados". Não consigo me interessar pelo que vejo (peças e mais peças obscuras, carros arreganhados, mecânicos futucando com uma chave enigmática etc). Detesto o que ouço (acelerações vrruuuuuuuumm-vrooooommm-este-carro-vrrummmmmmmm-vrooommmm-tá-fodido, marteladas variadas...). O cheiro é uma droga (droga mesmo, é bem capaz de sair de lá meio dopada, aquele odorzinho de óleo e cecê). O pior de tudo, para quem tem carro velho, é saber que, mesmo depois de toda essa experiência desagradável,  se vai sair dali alguns (muitos) reais mais pobre.

Nesta onde fomos hoje (Alex Injection), pelo menos eles têm uma saleta de espera, que diminui um pouco a sensação de "o que é que eu tou fazendo aqui?" ou "parem o ônibus que eu quero descer!", mas nem assim posso deixar de dizer: oficinas são chatas. Absurdamente chatas.

Caboco Resolvedô

Hoje baixou o caboco resolvedô e resolvi um punhado de coisinhas. Uma delas, não tão -inha assim: há algumas semanas o carro velho de guerra está fazendo um barulho infernal. A impressão que dá é de que a lataria está se desfazendo, um verdadeiro horror. Daí, eu não podia virar as férias sem ter resolvido isso: ir e voltar do Plano até Águas Claras com aquele barulhão é atitude no mínimo irresponsável (carro é arma; acredito piamente nisso).

Depois das compras no Comper (camarão, inclusive, que a sexta é santa, pois não?), de contas pagas na Caixa, com direito a saber que os guardinhas estão a mil ali na área do Shopping Quê, dando multas a mancheias (aguaclarenses, tremei!) e de fazer 7,5km de caminhada, almocei e nos dirigimos, Ivens (fiel escudeiro) e eu, para Taguatinga, a fim de descobrir a oficina mecânica que o Islan indicou. Vocês sabem, ele já morou por aqui e me ajudava demais na manutenção do carro, cuidando de toda essa parte e me deixando livre para viver, digo, para fazer coisas de que gosto beeem mais.  (Entendem então a ida do Ivens comigo? Estou treinando o menino para substituir o mano mais velho,  que não sou boba. Quando o João, meu sobrinho de 6 anos, fizer 18, substitui o Ivens e assim por diante, num lindo e maravilhoso ciclo de "ajude sua parenta").

É claro que a gente se perdeu, que me estressei, achei que estava tudo perdido e, nessa hora, o super Galaxy do Ivens entrou em ação - e não é que funcionou? Fomos seguindo as orientações do GPS e chegamos à oficina. 

Ah, a  oficina. Isso merece um post especial. Vamos lá.  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tricô no metrô

Metrô é todo um universo. Hoje peguei para ir ao shopping (uma das "curtições" de férias é exatamente  dar um tempo no trânsito caótico), junto com a família, em horário alternativo, para não pegar o rush e o efeito-sardinha.

Meus pais idosos foram conosco e a reação dos "jovens" sentados nas vagas reservadas é sempre um índice fantástico do berço de onde vieram. Há os que fingem dormir. Os que olham para o vazio. Os que se levantam como molinhas, solícitos. O mundo é mesmo vasto e, no metrô, cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é. No fim, meus pais foram e voltaram sentadinhos, mas sempre com uma certa dose de espera e desconforto. Os modelos-molinha são raros.

Citei aí o ar de vazio, voltado especificamente para a situação "que-saco-estes-velhos-que-entraram-justo-agora-e-eu-vou-ter-que-levantar", mas devo admitir que é um ar meio disseminado, reação parecida com a que temos nos elevadores. Afinal, somos todos estranhos uns aos outros, mas compartilhamos um espaço restrito, verdadeiras sardinhas pós-modernas. Há entre nós uma proximidade que pretendemos não seja familiar, de modo que ativamos o olhar vazio e o caprichamos no desejo de nos tornar invisíveis.

Na volta para casa, entretanto, houve alguma falha na matrix e engatamos um papo animado, eu e outras 2 mulheres, em volta de um dos "postes de alumínio" (como chamarei aquele cilindro em que nos apoiamos? Poleiro?). Falamos da Feira do Guará (já foi o tempo), dos peixes que estão baratos no Extra (dica de uma das coleguinhas), das pessoas que ouvem música alta nos ônibus, das pessoas que falam ao celular dentro do metrô, das pessoas que adoram assistir uma desgraça e de pessoas sem noção em geral, dentre as quais não nos incluímos, obviamente. Isso tudo, entre a estação Feira e a Águas Claras. A conversa estava tão boa que eu falei "ai, minha estação é a próxima, pelamordedeus, me conta o fim dessa história!" para uma delas, que narrava o dia em que fizeram um refém perto do serviço dela,  o prédio ficou "lacrado" e todas as pessoas foram revistadas.

Aos que andam de metrô, #ficaadica: engate uma conversa com seu colega de metrô. De repente, você descobre, olhe só a surpresa, que a pessoa que está ao seu lado é... gente. Isso se não levar um belo de um fora, mas aí o problema já não é meu...  

sábado, 16 de abril de 2011

Poizé

Ontem, nós três (eu, o Ivens e mais o Galaxy novo dele, do qual o rapaz não desgruda) fomos dançar música eletrônica no Poizé, que fica aqui bem na beiradinha da Castanheiras.

Apesar da fila, entramos logo, pois o Ivens descobriu (oi?) que o fluxo não era para a esquerda, mas para frente. Bem, não sei explicar, mas o cara nos fez entrar logo (modo-vip acionado) e conhecemos o inferninho, que  é apertado, tem umas mesas de sinuca (snooker, se você assim preferir), um espaço para dança e algumas outras mesas, para o povo "descansar". Tudo microscópico, o que reforçou em mim a sensação de estar de volta à adolescência. Sabe quando a gente frequentava bailinhos e dava pra ver TODAS as pessoas presentes, num golpe de vista apenas? Então.

Lá pela meia-noite, o lugar se encheu.  Acabei-me na pista, quer dizer, dancei muiito, apesar do aperto. Acho que num dia menos cheio deve ser menos abafado, mas... calor humano também é importante, mesmo que seja de pessoas uns 500 anos mais novas que a gente.  

Só fomos embora quando começou a tocar uns funks esquisitos e as meninas começaram a estrebuchar até o chão, acho que numa tentativa de ser sexy e gostosa e tal. Cena triste de se ver, enfim, daquelas que dão V.P.O. (Vergonha Pelos Outros)  e que nos lembram de que a vida pode ser bem melhor, no silêncio cheiroso da nossa casa que está ali, tão pertinho...

Em todo caso, com certeza vou repetir a experiência, pois amo dançar e achei o ambiente bem tranquilo. Várias vezes, inclusive, vi  (e isso sim, achei super sexy) machos-alfa de hormônios a mil  se desculpando amistosos por um ou outro inevitável esbarrão

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Na Araucárias

Aproveitei o dia de férias, dando uma voltinha por Águas Claras. Apesar de já estar aqui há 7 meses, ainda não tinha tido tempo para explorar um ou outro canto da cidade. Escolhi a Araucárias.

Companhia: Ivens.

Primeira parada: Posto San Remo. Deixei o carro para lavar. Vocês podem não acreditar, mas o coitado estava há exatos 7 meses (percebem a relação com a mudança? Então...) sem lavar por dentro. Gostei do serviço, apesar de demorado. Havia 8 carros à frente e, então, a opção foi mesmo rodar pela área, enquanto os caras faziam o extreme makeover no carango. E por falar em gíria antiga, digo, em carro velho, algum de vocês tem dica de um bom mecânico aqui na região? Ouço barulhos nada estimulantes... Lá vem prejuízo.

Segunda parada: Clínica Salud. Tentei pegar um preventivo da minha mãe, mas a clínica estava fechada (imagino que para o almoço, coisa assim do interior, entendem?). O Ivens aproveitou e deu uma olhada nos preços (altos) da Fitway. Decidimos continuar usando a academia do prédio mesmo.

Terceira parada: Empório Mix. Amei a loja, que fica ao lado do Subway (que, por sua vez, fica ao lado do Posto). Elas trabalham com uma marca chamada "Cheroy", pela qual sou apaixonada, e que só havia visto em Três Corações. Levei dois vestidos.

Quarta parada: depois de um retorno ao Posto, descobrimos que ainda havia 4 carros para lavar. O estômago já estava nas costas, paramos no Sensei Temakeria. Fazia ANOS que eu não comia um temaki. Como pude? Amo isso e a Temakeria me agradou: comida gostosa, garçonete super gente boa, precinho honesto. Recomendo.

Quinta parada: havia ainda 2 carros para lavar e, então, escolhi um  bolo de milho, numa bolaria (rs) que fica na quadrinha do Posto: "Bolos do Flávio". Mais tarde digo se valeu a pena.

O Ivens veio dirigindo Castanheiras acima (medo, muito medo; primeira vez que o rapaz pega o carro, depois de ter tirado carteira), o que deu ao passeio o tom de aventura que faltava.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Meninas

Hoje é meu primeiro dia de férias. Estava à janela, pra ver a estreia que o Ivens (também de férias!) iria  fazer com a boia nova que comprou para a piscina, e vi uma dupla de meninas atravessando a rua. Provavelmente são irmãs. Estão de mãos dadas, com uniforme da mesma escola. Uma delas é mais velha e dá a mão à outra, bem jovenzinha, que arrasta mochila e carrega uma lancheira rosa toda combinadinha.

Ando meio sensível a cenas de meninas usando uniforme escolar (vide caso de Realengo, que prefiro não comentar), mas achei a cena tocante, algo assim "doçuras-do-cotidiano" ou "coisas-que-o-dinheiro-não-compra".Talvez o fato de elas estarem de mãos dadas tenha contribuído para a impressão que tive, de que, apesar da idade diferente, são unidas e companheiras.   Uma fofura a  que não costumo assistir, enfiada dentro de um escritório com ar condicionado.