segunda-feira, 21 de março de 2011

Dilema feminino

Mulher sabe que existe O SALÃO PERFEITO, ou melhor, o profissional perfeito, ideal para cada uma das necessidades “embelezatórias” femininas. Em Três Corações, depilação é com a Sônia. Corte, escova e tintura, com a Neide. Unha é com a Cadinha.
Estou há seis anos em Brasília e já tive algumas boas experiências. Unha, não há quem faça melhor que a Fátima, da Vision Coiffeur, na 314 Norte. Depilação é com a Iolanda, na 303 do Sudoeste. O problema é que agora eu coloquei na cabeça que o ideal é achar os profissionais perfeitos em Águas Claras, onde pretendo passar um punhado de anos, se Deus assim desejar, anos que incluem finais de semana preguiçosos, nos quais a última coisa que desejo é me deslocar para o Plano, em busca da unha perfeita.
 Achar esses profissionais, entretanto, é procurar agulha no palheiro.  Num salão, a manicure tira bifes capazes de alimentar tropas famintas das Farc. No outro, fazem confusão com os horários e não faço tudo que fui fazer. Uma depiladora deixa lugares com pelos e só descubro em casa. Uma outra picota a sobrancelha e levo semanas para recuperar os fios perdidos. Corte, não tenho coragem de fazer com ninguém.
E você, já encontrou seu salão perfeito em Águas Claras? Que tal me indicar?

domingo, 20 de março de 2011

Walmart de Águas Claras - primeiras impressões

Ontem fui ao Walmart, pela terceira vez. Fica muito perto de casa e é super cômodo. Em relação  aos  preços, minha mãe, dona de casa à moda antiga, toda trabalhada na economia doméstica, já disse que, no final, até que compensa, pois as promoções "cobrem" um ou outro preço mais alto.

Na primeira vez, diante daquele mundo de supermercado, não consegui achar o que procurava: cadeiras de plástico, daqueles de bar, para improvisar um canto para os sobrinhos comerem. Não achei, o que deu aquela sensação de estranhamento: a ideia não era cobrir todo o espectro de necessidades de consumo da classe média?

Ontem, procurei pipoquinhas daquelas bem vagabundinhas, doces, pra completar o saquinho-surpresa das crianças do centro que frequento. Achei? Também não.

Fiz uma compra imensa e queria que entregassem em casa. Nada feito e lá fomos nós, lotados de caixas, dois velhos e uma mulher franzina, nos virando como podíamos.

Enfim, não sei ainda se gosto ou não do Walmart, que só a proximidade de casa não é suficiente para que me defina a fazer a compra mensal por ali, pois faço questão de algumas comodidades, tais como a tal entrega em casa.

E vocês, onde fazem as compras em Águas Claras?

Loucura, loucura, loucura

Uma das relações mais in(tensas) que um legítimo morador de Águas Claras estabelece é com o trânsito. Explico-me. De modo geral, as pessoas que moram por aqui trabalham ou cuidam da vida no Plano Piloto. Com trânsito tranquilo, levam-se vinte minutinhos até o centro de Brasília. Em dias e horários de pico, é preciso separar uma boa hora para o mesmo percurso, o que traz para a vida das pessoas a necessidade de trazer o trânsito para a lista das preocupações cotidianas: a que horas sairei? qual o melhor trajeto? Vou pela EPTG ou pela Estrutural? Vai chover ou não vai? A gasolina aguenta? Será que algum acidente aconteceu?

Particularmente, como o trabalho é das 12 às 19 horas, enfrento poucos engarrafamentos ou momentos de estresse: quando saio, a maioria das pessoas já saiu. Quando volto,  só pego um restinho, o rabinho do trânsito complicado, mas isso não me impede de enfrentar as crateras em Águas Claras, os motoristas mal-educados, que se multiplicam às pencas, os dias terríveis de chuva.

Quinta passada foi assim. Saí pouco depois da tempestade que caiu e, meus amigos, só Deus mesmo para explicar como cheguei viva e de carro inteiro, mesmo com  a quantidade de sinais que não funcionavam (inclusive em pleno Eixo Monumental!), os dois carros que bateram exatamente à minha frente (sim, eu era a próxima a bater, mas as lições de direção defensiva na chuva me livraram de me juntar aos dois homens que saíram dos carros, durante a tempestade, um deles usando uma jaqueta em cima da cabeça, uma cena assim super desestressante), as poças sinistras (conseguirá o velho e bom siena enfrentar esta?? Siiiim! E a próxima? E mais aquela? E a outra?).

Enfim, para quem vem morar por aqui e tem a vida toda no Plano, é bom levar em conta esses dissabores, que se multiplicam para quem começa a trabalhar, por exemplo, às 8 horas da manhã, com retorno às 18 horas.

Vou falar mais sobre o assunto, que acho que dá pano pra manga.

terça-feira, 8 de março de 2011

A vida na província

É muito comum ver pessoas conhecidas pelas ruas (mais uma da longa série "parece cidade do interior ou parece cidade normal ou como é a vida fora da maquete"), portanto esqueça sua ideia de tentar uma vida paralela, depois do expediente normal. Por aqui, as paredes LITERALMENTE podem ter ouvidos.Já descobri, por exemplo, que uma colega de trabalho mora no prédio ao lado. Sim, ao lado, e descobrimos isso nos encontrando uma vez no salão (aguardem o post sobre minhas peripécias nos salões de AC) e, depois, quando voltava a pé com meus pais do Comper, eis que ela sai da garagem ao lado da minha. Um outro colega  mora na rua de cima.

Fora que (isso foi mais surreal ainda) encontrei um amigo da adolescência no Comper (sempre o Comper, acho que se abre algum portal quando vou até lá). Detalhe: passei a adolescência em Três Corações, a mais de mil quilômetros daqui. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que moramos a poucas quadras um do outro.

Quer dizer.

Cachorrada

Do "Águas Claras way of life", já percebi que um componente fundamental é o cachorrinho, que leva o dono para passear todos os dias, de manhã ou à noitinha.

Do alto do meu andar,  vejo-os passar, a caminho do Parque,  e me divirto, confirmando todos os chavões. Cães ajudam os donos a socializar (enquanto os primeiros se cheiram, os donos sorriem e às vezes batem um papinho amistoso). Cães e donos acabam parecidos uns com os outros. Há muita gente solitária por aqui.

Preciso de um cachorro.

Martela, martela, martela o martelão...

No trabalho, vizinhos começaram uma reforma. Colega que também mora em AC desabafa:

- Mas que barulho do cão!! Como se não bastasse a martelação sem fim de Águas Claras, agora tenho que aguentar isso aqui também?

Solidariamente, dou uma risadinha.

Eu o entendo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Fazem isso e ainda existem tantas outras lojas iguais em Brasília...

Em compensação, pensem numa situação desagradável, ocorrida na Dular de Águas Claras. Ainda estou montando a casa, então no mês passado resolvi passar na loja, pra comprar umas coisas de que estava precisando. Não foi pouco: pratos, copos, cafeteira italiana etc. A conta não deu menos de mil reais, o que, para mim, é dinheiro, se é que vocês me entendem.

Eu tinha acabado de receber parcela do 13º, então pensei em ganhar algum desconto massa com uma compra à vista e, moçada, vocês acreditam que eles não tinham política para pagamento à vista? Quer dizer, tanto fazia pagar em 4 vezes quanto em cash.
Fiquei boba de ver a falta de horizonte gerencial (trabalho com essa área, aliás). Se me dessem 10 reais de desconto, eu ia correr ao Banco e ia me sentir muito esperta e econômica, ficando cliente da loja (e olha que tenho coisa pra comprar, viu?). Com esse impasse, parcelei no cartão de crédito, reclamei um pouco e saí de lá esperando que dias melhores apareçam para a Dular da cidade, até porque tenho vastas alternativas em Brasília, não é mesmo? (Tá, não são tão vastas assim, mas não se pode dizer que não haja opções, até porque morri de comprar na Dular do Sudoeste, sempre com aquele descontinho básico à vista).
Acorda, Dular, e aprende com a ótica.

Fidelização

Ainda sobre o ar meio interiorano que Águas Claras tem (e que inclui ver pessoas que conhecemos há todo momento, sem chance para fazer mil coisas terríveis de modo escondido), lembro que meus óculos perderam um dos mil ferrinhos e parei na primeira ótica que encontrei, há uns dias atrás.
Era a Ótica Nacional, que fica na avenida Araucárias.
Não podia ter feito uma escolha melhor.
A moça ficou uns bons 10 minutos trabalhando nos óculos, ajustou direitinho, deu dica de oftalmo aqui em Águas (um excelente, aliás, depois eu faço um post sobre ele) e, quando já fui abrindo a carteira, ela não cobrou nada.
Eu disse nada, por 10 minutos inteiros de trabalho, mais um ferrinho e uma super dica.
Saí me achando estranha, ou melhor, me achando de volta a Três Corações, sabem como?

Há faixas por todos os lados...

Na cidade, proliferam os corretores e suas indefectíveis faixas e stands fora da lei, que de vez em quando a Agefis passa destruindo  e que a moçada recupera em poucas horas.
Dia desses, enquanto dirigia pela Castanheiras. Opa, preciso esclarecer, não é? A cidade (vou passar a chamar de cidade, que fic amais fácil, ok?) é basicamente atendida por duas grandes vias de mão única: a que sobe é a Castanheiras.  A que desce é a Araucárias. Ponto.  Entre as duas, as estações do Metrô, que são três. Do lado da Araucárias, você está no Sul. Do lado da Castanheiras, você está no Norte. Pronto, você já pode se localizar em Águas Claras, pois tudo se resume a descer ou subir as grandes vias, virando em laterais com nomes como Paineiras, Flamboyant ou Pitangueiras.
Não é adorável?
Eu acho uma coisa super interior e vamos lá, retomemos o tema inicial deste post.. Tá, ia com meu sieninha pela Castanheiras acima, com os pais do lado, e assistimos, bem no sinal ali em frente à Pão Dourado, uma tremenda operação de choque da Agefis. Os corretores iam retirando os stands, enquanto os caras da fiscalização iam retirando o que podiam também, tudo super civilizado, fino, maior respeito “o-que-vocês-conseguirem-catar-a-gente-não-leva-mas-leva-alguma-coisa-pra-moralizar”.
Imediatamente comecei a comentar: “ah, tem que fazer isso mesmo, essas placas atrapalham demais, poluem etc e sou uma cidadã de classe média indignada”.
Oi?
Como foi que encontrei o meu apartamento? Por uma dessas malfadadas faixas.

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço ou pimenta no fiofó dos outros é refresco.
E você, o que acha da corretagem predadora nas ruas de Águas Claras?

Uma Issana em Águas Claras

Olá.
Sou a Issana e moro em Águas Claras há 6 meses. Provavelmente, você conhece a cidade, por isso não vou dar muitos detalhes. Se quiser saber mais, dê uma lidinha aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81guas_Claras_(Distrito_Federal)

Para quem tem preguiça de conferir, lá vai: Águas Claras (AC ou Águas para os íntimos) fica no entorno de Brasília e tem cerca de 150 mil moradores, quase todos classe média emergente, sufocada pelos altos preços dos imóveis no Plano Piloto . É um bairro vertical (em bom português: constituído  quase só por prédios e mais prédios), que surgiu a cerca de 15 anos e se tornou região administrativa (tipo, virou cidade, entende?) há apenas 8 anos.
Não tenho pretensão (nem tempo, nem saco, nem isso nem aquilo) para fazer a crônica da cidade (ou região administrativa ou bairro ou sei lá o quê!), mas ando fascinada pelo jeito de viver, pelas experiências que só Águas Claras trouxe para minha vida, e esses registros não caberiam bem no meu blog pessoal, que é freqüentado por gente de todo lugar, que não teria saco (nem tempo, nem pretensão, nem isso nem aquilo) para ouvir as minúcias que desejo compartilhar.
Sejam todos bem-vindos. Adoraria saber a opinião de vocês sobre os temas que vou trazer. Comecemos.