Este blog está com um tremendo cheiro de naftalina. Dá pra ver as teias de aranha e pra sentir o rangido das portas, a poeira em cima dos móveis. Eu podia pegar uma escavadeira panzer e colocar tudo abaixo hoje mesmo, sem dó nem piedade, mas acontece que a coisa que mais sinto é dó e piedade. Sei lá, criei um certo afeto pelo “Em Águas”, um certo carinho por este canto, que (e aqui eu não entro em detalhes, deixando à imaginação dos caros leitores) me trouxe simplesmente a melhor coisa de 2011.
Mistérios e entrelinhas à parte, estive ensaiando escrever sobre a loja da CiaToy da Castanheiras desde as semanas anteriores ao Natal, mas elas foram absolutamente atribuladas (mais uma vez, prefiro não dar detalhes) e... passou a chance de ser mais temática e escrever um post com sabor natalino. Mesmo assim, faço questão de reproduzir o comentário que a minha sobrinha Júlia fez, logo que colocou os pés lá dentro:
- Isso aqui é sim-ples-men-te o PARAÍSO.
Sério, meus sobrinhos ficaram enlouquecidos. Dei uma quantia fixa pra cada um gastar lá dentro (era meu presente de Natal), que sou uma pedagoga e acredito em educação financeira, exercícios de escolha e – isso também faz parte do processo educativo – contato com frustrações. Para vocês terem uma ideia, neguinho passou mais de duas horas lá no Paraíso, digo, na CiaToy, revistando prateleira por prateleira, fazendo cálculos e mais cálculos: “levo um brinquedo mais caro ou 4 mais baratos? Levo o brinquedo que quero ou guardo o dinheiro para comprar um boné? Quero uma boneca ou um jogo?”.
Enfim, meus propósitos foram super pedagógicos, mas até repensei a proposta, quando o sobrinho mais novo, de 7 anos, coçou a cabeça, a certa altura, e olhou pra gente, com aquela carinha de gato-de-botas:
- Num sei, eu num consigu dixidi...
Demos uma força na decisão (e ele insistiu em levar uma arma de brinquedo, apesar dos meus esforços quase histéricos em contrário), e eles saíram de lá coradinhos, suadinhos, carregando os presentes (ou a promessa de comprar outra coisa, escolhida a dedo por eles mesmos, dentro da faixa de dinheiro que foi oferecida).
Sem querer forçar a barra, acho que a amplitude e a variedade da loja contribuíram para que essa “magia do consumo responsável” fosse possível. A CiaToy de Águas Claras é imensa, gostosa e, pelo menos no que diz respeito aos brinquedos que compramos, tanto para os meus sobrinhos quanto para os do namorado, tem preços SUPER legais (pra vocês terem uma ideia, minha cunhada baixou lá de Formosa para comprar um negócio na loja. O tal do brinquedo estava mais de 300 reais na internet, e saiu por uns 150).
Nem preciso dizer que não estou ganhando nem um tostão com essa propaganda toda, né? A intenção é só dar uma dica legal para os moradores da cidade que, talvez, assim como eu, relutem em parar o carro ali por perto, pra comprar numa “lojinha” de bairro, achando que os preços sejam mais salgados que no Fantástico Mundo do Plano. Erro crasso, meus amigos (opa, consegui usar “crasso” em algum lugar no texto; estou realizada!).
