O post de hoje foi
inspirado em um comentário da Sabrina, que transcrevo a seguir, e na História
da Rebeca, que está, junto com o noivo, vendo apartamentos aqui em Águas
Claras:
Lendo o que você escreve sobre a sua vida em
Águas Claras dá a maior vontade de morar aí!! =]
Vamos chamar esta série
então de “Águas Claras: um novo jeito de morar?”:
Dica 1
Muito cuidado ao
procurar apartamentos, principalmente se a ideia for comprar,
e não somente alugar (do aluguel de um apartamento fuleiro, a gente
consegue fugir, depois de um ou dois anos de contrato. Agora, da hipoteca na
Caixa, iiihhh, a gente leva mesmo é uns bons 30 anos para se livrar...). Existe
MUITA BOMBA por aqui. Há dois anos, quando procurava o meu, encontrei de um
tudo: prédios cuja garagem se alaga COMPLETAMENTE (eu digo alagar no sentido de
subir até quase o teto; coisa sinistra mesmo!) no período de chuvas, prédio de apenas
2 anos, já com infiltração e paredes
trincadas (medo, muito medo), empreendimento sem “habite-se” há mais de 10
anos. Num desses lugares, pra vocês terem uma ideia, quando subimos eu, uma
amiga e o corretor, em pleno sábado de manhã, encontramos uma moça subindo as
escadas com DOIS BALDES nas mãos: “é que aqui costuma faltar água”. Foi a maior
torta de climão, o pobre do corretor se justificando com o clássico “isso nunca
aconteceu antes e eu não sabia e eu ia avisar vocês e sou muito confiável e não
desistam de mim, que o apartamento é lindo e quem é que precisa mesmo de água?”.
Muito cuidado mesmo,
moçada.
Dica 2
Aliás, o exercício de
comprar um apartamento é mais uma daquelas atividades pirantes que fazem a
gente achar que seria melhor não ter nenhum livre-arbítrio na vida, de tão
difícil que é se decidir por isso ou por aquilo. A dica que me vem à cabeça é
uma só: conheça-se, do jeito mais socrático possível, pois, pra conseguir pirar
um pouco menos do processo, você precisa ter muita clareza sobre quem é, sobre
o que quer, sobre o que tem para gastar, sobre quais são suas prioridades. Vou
dar um exemplo: uma vez, fui ver apartamento com uma amiga. Pensem numa área de
lazer DOS SONHOS. Tinha até palmeira, bar molhado, um resort mesmo. Quando a
gente foi para a “área individual”, meudeusdocéu, que coisa precária! Tudo de
quinta categoria, apertado, sufocante. Para terem uma ideia, era um apartamento
de DOIS QUARTOS (não era uma quitinete), mas sem espaço na área de serviço para
colocar máquina de lavar. Tipo você é casado, tem um filhinho (dois quartos
pressupõem um pouco isso, de pelo menos serem 2 pessoas, não? Eu, pelo menos,
acho) e NÃO PODE LAVAR A ROUPA EM CASA, tem que colocar as roupas sujas numa
bacia, colocar um pano na cabeça e ir para a beira da piscina, “bater-as-roupa-tudo-no-porcelanato”.
Tome muito cuidado com
papinho de corretor, que vai querer por toda sorte convencê-lo de que existe “um
novo jeito de morar” e de que você vai curtir demais aquela piscinona, aquele
fitness center, aquela quadra de squash dos sonhos, sendo que, como sabemos, na
verdade você só vai descer um ou duas vezes, no primeiro mês, pra “estrear”, e
nunca mais vai aparecer por ali. No meu
entendimento, área válida é área da porta pra dentro, é conforto interno, é não
se encaixotar em 5 metros quadrados, é poder RESPIRAR. O resto é firula e
maquiagem.
Num outro dia desses, a
gente continua a conversa, tá? Agora eu tenho que tomar banho e voltar para o
batente, digo, para a redação das minhas aulas do Ponto.