quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Vida racionada


Racionamento em algumas regiões da cidade. Águas Claras incluída. Um dia sem uma gota. O outro de água suja. Baldes novos. Lixeironas da Leroy. Preço nas alturas. Falta do produto. Banho em cima da bacia. Descarga preciosa, só em momentos mais difíceis – e com a água do banho.

Para quem mora em casa, é tranquilo: caixa grande é certeza de que não se ficará sem água. Quem mora em apartamento, como garantir que o vizinho vai fechar a torneira também? Como vencer a forte sensação do “farinha pouca, meu pirão primeiro”?
Para quem acredita no governo, é tranquilo. Para quem não acredita, como deixar de ver a falta de compunção do presidente da Caesb, que certamente vencerá seus problemas de caixa? Como ignorar que nem todos farão o sacrifício? Estou inclusive tentando agendar o uso do banheiro fase 2, a revanche, para as dependências do trabalho, mas falta combinar com os russos...

Como deixar de desconfiar, de duvidar e de tentar me garantir?


Acho que o que sentimos diante da crise hídrica reflete muito bem o que sentimos na vida em geral: a vida é selva e eu não quero ser a gazelinha que fica para trás na correria e cai nas garras do leão. Ou da Caesb, o que dá quase no mesmo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário